Foi realizada ontem, 14/03, em Curitiba, a primeira audiência na Justiça do Trabalho, da Ação Civil Coletiva movida pelo Sindenel contra a COPEL. Essa ação objetiva o cumprimento, por parte da ré, do pagamento integral a todos os trabalhadores eletricitários que se enquadraram no PDV (Programa de Demissão Voluntária) da companhia e não tiveram seus pedidos atendidos.
Ao divulgar os critérios para a homologação do PDV, a COPEL não estabeleceu limite para o número de trabalhadores interessados, apenas impôs uma série de exigências para os funcionários ingressarem no PDV. Com a venda da companhia e as inseguranças trabalhistas geradas, perto de 3.000 copelianos aderiram ao PDV. Após cumpridas todas as etapas estabelecidas, em torno de 1.600 trabalhadores não tiveram o pedido atendido. A negativa da companhia em cumprir o que havia sido acordado gerou uma série de insatisfações entre os copelianos, e após várias tentativas de diálogo com a COPEL, não restou outra alternativa aos eletricitários a não ser entrar com essa ação civil coletiva, buscando a intermediação da Justiça do Trabalho para que todos os trabalhadores sejam atendidos no PDV.
Na audiência dessa quinta-feira, mais uma vez os representantes da COPEL mantiveram o posicionamento de não cumprimento à integralidade do PDV. Na abordagem conciliatória, a juíza Fabiana Meyenberg Vieira ressaltou que a companhia estará adotando uma postura de risco, apostando numa condenação ou não. A juíza apresentou ainda para os representantes da COPEL a possibilidade de um escalonamento para atender todos os trabalhadores. Mais uma vez a companhia foi irredutível, alegando que para isso teria que provisionar contabilmente os recursos, reconhecendo assim o passivo trabalhista.
Como não houve nenhuma proposta efetiva por parte da COPEL, ficou agendada para julho desse ano a oitiva das testemunhas e a apresentação da manifestação das partes. O Sindenel, legítimo representante dos eletricitários de Curitiba, acredita e confia na determinação da Justiça para atender a demanda desses tantos trabalhadores que foram frustrados em suas expectativas profissionais e pessoais. “Se necessário iremos a todas as instâncias da Justiça Trabalhista cobrar o que é de direito dos copelianos”, frisou o presidente do Sindenel, Alexandre Donizete Martins.